domingo, 13 de novembro de 2016

No deserto


Muitas vezes nos sentimos como se estivéssemos num deserto, desprovidos de mantimentos e, sobretudo, da presença de pessoas que possam nos ouvir e/ou nos aconselhar. São momentos difíceis, que nos deixam tristes e nos fazem pensar que os nossos planos para o futuro não irão se concretizar.
Isto nos faz lembrar uma das histórias mais conhecidas da humanidade e que consta na Bíblia Sagrada, na qual consta que o povo de Deus, após 400 anos de escravidão no Egito, rumou para a terra prometida. Finalmente as promessas de Deus, feitas a Abraão, estavam prestes a se cumprir na vida daquele povo. Entretanto, para chegar à referida terra, foi preciso atravessar um deserto árido e enfrentar reinos inimigos. E o que é pior: a viagem durou 40 (quarenta) anos. 
Ocorre que esse tempo peregrinando pelo árido deserto não foi inútil. O povo de Deus, como dito, havia vivido longos 400 anos de escravidão. O seu espírito estava acostumado àquela situação. Caso a nação tivesse entrado na terra prometida imediatamente, inevitavelmente sucumbiria ante os povos inimigos, pois não estava preparada para administrar sua própria vida.
Entretanto, com as experiências vividas no deserto, o povo aprendeu a se defender, e, sobretudo, a depender de Deus, pois sem Ele, inevitavelmente, não teria conseguido chegar ao destino inicialmente traçado.
Isto nos faz concluir que o deserto serve para nos levar à reflexão; à dependência de Deus; e, ao exercício das nossas habilidades.
A vida é feita de momentos no deserto. Momentos estes, que não têm o condão de nos fazer desistir dos nossos projetos, mas, de nos motivar e nos treinar para alcançar as promessas que Deus tem para nós.
É no deserto que entendemos que temos que seguir em frente. Israel, quando da travessia supracitada, tinha duas escolhas: seguir em frente, rumo à terra prometida, ou retornar para a vida de escravidão. No entanto, qualquer decisão que fosse tomada obrigaria a nação a caminhar pelo deserto. Se seguisse em frente – como de fato seguiu – muitas terras arenosas teriam que ser vencidas. Se decidisse retornar, também teria que caminhar pelo deserto. A diferença, é que a primeira escolha levava à bênção, enquanto que a segunda, ao retrocesso.
Portanto, devemos entender que, uma vez estando no deserto, não podemos olhar para trás, achando que o caminho que temos pela frente é longo e impossível de ser vencido. Isto só ocorrerá se não dependermos de Deus.
Não é bom passar pelo deserto – isto é um fato. Entretanto, uma vez estando nele, temos que ter duas certezas: a de que Deus não permitirá que nele fiquemos definitivamente; e a de que os caminhos de dificuldades nos conduzirão à saída e a tempos de refrigério – isto é uma certeza. Foi assim com Israel; será assim conosco!
Seja abençoado(a). 
Pr. Valter Vandilson Custódio de Brito