sábado, 28 de janeiro de 2017

A didática do deserto

“O deserto”, segundo o vocabulário dos evangélicos, é a designação para as provações que ocorrem nas vidas dos que servem ao Senhor. São aqueles momentos em que o sofrimento se abate sobre os servos de Deus, sem que, aparentemente, haja solução imediata para os problemas.

Israel — a nação pertencente ao Senhor — passou um longo período em um deserto literal — e isto serviu para que os cristãos usassem a experiência como metáfora para definir os momentos de provações. No entanto, foi lá — no deserto — que a nação pertencente ao Eterno pôde conhecer o cuidado, a provisão e o amor Dele.   

Após viver escravizada, em território egípcio, por quatrocentos anos, Israel , finalmente, conseguiu partir para a terra prometida. O sonho estava prestes a ser realizado. Ocorre que essa viagem durou quarenta anos. E isto ocorreu porque o povo precisava aprender a enfrentar os perigos que a nova terra iria proporcionar. 

Depois que saiu do Egito, o povo, sempre que enfrentava uma dificuldade, sentia saudades da época da escravidão. Em muitos momentos, os nacionais acusaram Moisés de tê-los tirado da antiga nação, a fim de que “morressem no deserto”.

Entretanto, naquele deserto a nação foi treinada para enfrentar os inimigos,  sendo tratada do “espírito de covardia”. Foi no deserto que Ela pôde distinguir aqueles que eram, realmente, submissos ao Senhor e obedientes às determinações Deste, daqueles que não contribuíam para o avanço da caminhada. Foi no deserto, que ela desfrutou dos suprimentos de Deus e da presença constante Dele, não a deixando a mercê da própria “sorte”.

Assim como foi com a nação israelita, tem sido com os que enfrentam “desertos”, hodiernamente.

Na verdade, o deserto é uma oportunidade de aprendizado constante. Embora não seja confortável, é didático. Nos faz entender que não temos domínio sobre as situações que se abatem sobre nós e que, por isto, devemos recorrer a Deus. É uma espécie de pit stop, que nos obriga a parar para reabastecimento e ajustes necessários para a continuação da caminhada. Nele, Deus nos ensina como devemos seguir em frente, sem cometer os erros anteriormente cometidos e sem que haja impedimento à chegada ao destino.

Assim sendo, não  desanime. O deserto é só uma etapa na caminhada rumo ao objetivo.      

Seja abençoado(a).

Pr. Valter Vandilson Custódio de Brito  


sábado, 21 de janeiro de 2017

Voltemos ao Evangelho


É interessante observar as postagens que, constantemente, chegam aos nossos smartphones, através dos aplicativos de conversação. A quase que absoluta maioria delas, tem teor motivacional, e, quando fulcradas na Bíblia, procuram nos mostrar o quanto somos importantes para Deus, o quanto Ele está disposto a nos fazer prosperar, ou, como Ele pode resolver nossos problemas.

Não me lembro, de ter recebido, pelo menos nos últimos meses, nenhuma mensagem que falasse o quanto Deus me ama, ao ponto de enviar Jesus Cristo para me trazer a salvação, ou o quanto eu sou pecador e, por isso mesmo, devo me tornar um servo do Senhor Jesus.

Tais mensagens são um reflexo do quanto a mensagem do Evangelho foi banalizada. Não se fala mais em céu e inferno, ou em pecado e regeneração. Fala-se agora, em um Deus que está ao nosso serviço, para nos fazer prósperos e para nos dar uma vida confortável, materialmente.

Quanta diferença das palavras proferidas pelo Apóstolo Paulo: “Não me envergonho do Evangelho porque é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê...” (Romanos 1.16).

O Evangelho tornou-se uma espécie de livro de autoajuda, sem qualquer compromisso, de boa parte dos que o leem, com a mudança de vida e o serviço ao Senhor.

Por tal razão, tantos têm um relacionamento pífio com o Eterno; tantos escândalos financeiros ocorrem nas igrejas; tanto descrédito do mundo para com os cristãos.  

Urge que voltemos ao Evangelho — aquele que mostra-nos o quanto carecemos de Cristo. Urge que voltemos ao Evangelho — aquele que manda-nos buscar primeiro o reino de Deus e a Sua justiça. Urge que voltemos ao Evangelho — aquele que nos diz que o Senhor Jesus veio para que tenhamos vida, e a tenhamos com abundância. 

Quando isto ocorrer, as demais coisas, como ensina o próprio Jesus, serão acrescentadas. No entanto, não devemos buscar a Jesus com o intuito de “investimento”, ou seja, para que as demais coisas nos sejam acrescentadas, mas, com a convicção de que não há outro caminho para a salvação a não ser Ele próprio, até porque, as coisas deste mundo são passageiras.

Voltemos ao Evangelho, pois, somente este  nos apresenta o Cristo que salva.


   Seja abençoado(a). 


Pr. Valter Vandilson Custódio de Brito