sábado, 10 de novembro de 2012

A Pedra que remove pedras


Há coisas no nosso cotidiano que podem ser usadas tanto para o bem quanto para o mal. A pedra é um exemplo típico de algo assim. Uma pedra pode, por exemplo, servir de instrumento para ferir alguém; mas, pode, também, servir de alicerce para um grande edifício. Ela pode estar colocada no caminho de alguém lhe servindo de tropeço; mas pode, também, servir-lhe de travesseiro, como o fez Jacó na história descrita em Gênesis 28:11. A pedra pode, ainda, servir de arma para a vitória, ou para a derrota, como no caso em que Davi feriu o gigante inimigo (1ª Samuel 17:38-51). Para Davi, ela serviu de arma vitoriosa; para o gigante, de meio para a derrota. Ela pode tornar um caminho intransitável; mas pode, também, servir de pavimentação para este caminho.
Constantemente encontramos, pelos caminhos das nossas vidas, “pedras” de todos os tipos e tamanhos. A questão é: O que fazer com elas?
Há pessoas que retornam quando se deparam com as “pedras” do caminho. Outras há que as atiram para todos os lados. Outras há, ainda, que procuram retirá-las do caminho a fim de seguirem em frente. Também há aquelas que não só as retiram do caminho, mas as utilizam para pavimentá-lo.   
É óbvio que a atitude do primeiro grupo não é recomendada. Retornar, desistir, abrir mão da caminhada, não é a forma mais correta de agir diante das “pedras” do caminho. Para que se alcance os objetivos é necessário que tais “pedras” sejam removidas. Para cada “pedra” que se apresenta, se exige uma dose maior de perseverança, de obstinação, de querer removê-las. Do contrário elas marcarão as vidas dessas pessoas negativamente, fazendo-as frustradas e infelizes.
A atitude do segundo grupo também não é recomendada. Atirar “pedras” aleatoriamente, é uma forma mesquinha e imatura de enfrentar as adversidades da vida. Reclamar, acusar, lamentar, colocar a culpa nos outros é não ter coragem para assumir os erros e não querer enxergar que as “pedras” são constantes no caminho dos vencedores.
O terceiro grupo tem uma atitude positiva, de quem não enxerga os obstáculos; de quem não tira os olhos do objetivo; de quem marcha para a vitória.
Entretanto, a atitude mais recomendável é a do quarto grupo. São aqueles que, não apenas procuram retirar as “pedras” de seus caminhos, mas, procuram enxergar nelas oportunidades de não mais se depararem com as mesmas. São aqueles que pavimentam o caminho com as próprias “pedras”. São aqueles que transformam “pedras” em alicerces para o edifício de suas vidas.
Porém, para que se tenha essa atitude, é necessário que se esteja edificado em uma outra “pedra”, ou melhor, na Rocha (Mateus 7:24-27). É o conhecimento dessa Rocha que faz a pessoa ter atitudes vitoriosas, vez que é sabedora que Deus é fiel e que não há “pedra” que seja suficiente para impedir o cumprimento das Suas promessas na vida de alguém, pois Ele vela sobre Sua Palavra para a cumprir (Jeremias 1:12).
Seja abençoado(a)

Valter Vandilson


sábado, 3 de novembro de 2012

Será que Jesus mudou e eu não percebi?



Um dia entreguei minha vida a Cristo porque entendi que só Ele seria capaz – como de fato o é – de me garantir a vida eterna. Tal convicção não ocorreu do dia para a noite, embora eu tenha me tornado um evangélico no primeiro dia que fui à igreja. No entanto, apesar de estar na igreja, a igreja – leia-se os santos de todos os tempos – não estava em mim. Era partícipe dela, mas não estava integrado a ela.

No entanto, Deus, na Sua infinita misericórdia e com a graça que lhe é peculiar, foi-me moldando, me ensinando, demonstrando que me compreendia e revelando todo o Seu amor por mim. Não pude resistir. Rendi-me a Ele e deixei-o dominar-me por completo. Tornei-me um cristão. Repleto de falhas, mas, cristão.

Nessa caminhada – de quase trinta anos – ao lado de Cristo, vi a igreja – repito, refiro-me aos santos de todos os tempos – passar por muitas situações esdrúxulas e, em algumas delas, inclusive, fui “ator coadjuvante”. Aprendi que os homens caem. Aprendi, também, que Deus é misericordioso e, por isso mesmo, extremamente rico em perdão. Vi – e ouvi sobre – casos escabrosos que foram solucionados, única e exclusivamente, por causa do amor misericordioso de Deus. Isto me animou a continuar servindo a este Deus maravilhoso. Não que não tivesse conhecimento de que Ele fosse assim (a Bíblia relata vários casos em que esse amor misericordioso se manifestou. A mulher apanhada em flagrante adultério, por exemplo, é um deles – João 8:3-11. Aliás, tal episódio levou Brennam Manning a escrever a impactante frase: “o amor de Deus não tem nenhuma dignidade”. Quis, o escritor suso mencionado, expressar que, enquanto as pessoas não perdoam por causa de suas dignidades, Deus o faz porque abre mão dessa dignidade por amor dos pecadores). Ocorre que uma coisa é ter conhecimento desse amor e outra é ver esse amor se manifestando nas nossas vidas.

Algo, entretanto, ficou marcado em mim nos episódios que presenciei, assim como nos que li na Bíblia. Os envolvidos sempre se arrependeram e, não apenas o fizeram por palavras, mas deram demonstrações práticas de tal arrependimento. Aliás, o próprio Senhor cobrou isto. No caso da mulher adúltera, citada alhures, o Senhor Jesus disse: “Eu não te condeno. Vai e não peques mais”. É óbvio que o Senhor sabia que seria impossível aquela mulher não mais pecar. Entretanto, o princípio insculpido no magistério do Mestre é de que a pessoa deve vigiar e se esforçar para não mais cometer pecados, sobretudo aqueles que atentam contra a honra, a moral e os bons costumes. É como se o Senhor estivesse dizendo: “não cometa mais esse pecado”; ou, “não continue se sujando nesse lamaçal que você se meteu”.

Estou escrevendo isto porque, a cada dia, fico mais estarrecido com atitudes de pessoas que maculam o Evangelho. Todos os dias ouço relatos de pessoas, teoricamente santas, que caem nos laços do pecado. Obviamente que todos pecam, mas estou me referindo a pecados que, do ponto de vista da sociedade, não são tolerados. Porém o que mais me chama a atenção – e, talvez por isto, revele o meu lado obtuso, despraparado intelectualmente e incapaz de assimilar certos conceitos – não é a queda (visto que todos podemos cair), mas o fato de tais pessoas entenderem que, por terem se arrependido e pedido perdão, ou ainda, por terem, simplesmente, reconhecido seus erros, alcançaram a misericórdia do Senhor e estão autorizadas a continuar pecando. Parece, até, que nunca leram o provérbio bíblico que preconiza: “aquele que confessa suas transgressões e deixa, alcançará misericórdia.”.

Não quero, com isto, me imiscuir no relacionamento entre as pessoas que assim agem e Deus. A Bíblia ensina que “o homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração.” – 1º Samuel 16:7. No entanto, a Bíblia também ensina que as pessoas são conhecidas pelos frutos – Mateus 7:16 –, o que me leva a inferir que posso tirar minhas conclusões baseadas nas atitudes delas. E é aí que vem a decepção. Tristemente constato que as atitudes de muitos cristãos não condizem com o que eles dizem ser. Tristemente constato que as pessoas, sob o argumento de que se arrependeram, continuam produzindo frutos apodrecidos em detrimento de um Evangelho imaculado. Tristemente constato que muitos, sob o argumento de servirem a um Deus amoroso, relevam as atitudes pecaminosas de outros e as defendem como se o amor de Deus fosse um salvo conduto para os pecadores continuarem caminhando no pecado.

Não sei, sinceramente, se eu me perdi no tempo e me tornei ultrapassado por insistir em seguir o Jesus que conheci há quase trinta anos (um Jesus misericordioso, amoroso, gracioso e que me enche de esperanças) ou se esse Jesus mudou (sem que eu tenha percebido) e acrescentou aos seus ensinos a permissividade e a relativização dos pecados.         

A única coisa que peço, neste momento tão confuso pelo qual a igreja passa – sobretudo no Brasil – é que Deus tenha misericórdia de mim, pois, como dito, sou tão despraparado intelectualmente que não consigo fazer uma hermenêutica extensiva da Bíblia ao ponto de me sentir autorizado a subsumir as atitudes pecaminosas aos ensinamentos consagrados Nela.

Que Deus tenha misericórdia de mim para que eu não caia, e, se eu cair, que Ele tenha, igualmente, misericórdia, para que eu não queira justificar a minha queda nos ensinamentos constantes na Bíblia, ensinamentos estes que, conjugados, depõem exatamente contra a queda (pelo menos é assim que eu, na minha limitadíssima maneira de interpretar, consigo compreender).

Seja abençoado(a).

Valter Vandilson 

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Qual a razão?


Há momentos, nas nossas vidas, que nos deparamos com situações decepcionantes sob o ponto de vista do relacionamento pessoal. Às vezes ajudamos as pessoas, sofremos por elas e com elas, nos colocamos à disposição das mesmas, e, entretanto, quando menos esperamos, elas nos decepcionam.
Por que isto ocorre? O que leva as pessoas a serem ingratas e acharem que estão corretas? O que as leva a serem egoístas e acharem que podem e devem usar as pessoas?
Há muitos porquês nos relacionamentos pessoais. E eles nos deixam aturdidos sem que encontremos respostas para os mesmos.
Entretanto, quando se perlustra a Bíblia Sagrada, percebe-se que na mesma existem vários relatos de ingratidão e egoísmo com relação a Deus. Foi assim que procedeu o primeiro homem, que apesar de ter um relacionamento com o próprio Deus, traiu a Sua confiança (Gn 3:1-6); foi assim que procedeu a nação de Israel, que, ao pensar que Moisés não retornaria do monte Sinai, confeccionou um bezerro de ouro para adorá-lo (Ex 32:1-7); Davi, apesar de rei da nação, e, sendo considerado um homem segundo o coração de Deus, o traiu, ao se deitar com uma mulher que tinha marido, e ao planejar a morte deste (2ª Sm 11). Jesus percebeu a ingratidão das pessoas quando curou os dez leprosos e apenas um voltou para lhe render graças (Lc 17:11-19).
As pessoas são ingratas umas para com as outras! Mas, não é assim que age a maioria quando o assunto é gratidão a Deus?
Aí está a resposta! As pessoas são ingratas umas para com as outras porque isto é um reflexo do relacionamento delas com Deus. Um relacionamento pífio, mentiroso, egoísta, interesseiro e vingativo. Um relacionamento que funciona na base do toma lá, dá cá. Um relacionamento de barganha, que só serve para manchar o nome do Evangelho. Um relacionamento que não traduz a existência de um Deus e um servo, mas sim, de um “chefe” de Deus. De uma pessoa que diz: “Deus faça isto”; “Deus faça aquilo”, e quando Deus não faz, Ele não serve.
Quando as pessoas forem piedosas, e passarem a viver o que pregam, sem hipocrisias, a ingratidão perderá espaço para a gratidão; o egoísmo perderá espaço para o altruísmo; e a decepção com as pessoas passará a ser um sentimento inexistente.
Utopia? É possível que sim! Mas, uma coisa é certa: esse é o procedimento que um cristão deve adotar, afinal de contas, quem o ensinou – não apenas com palavras, mas sobretudo, na prática – foi o próprio Cristo.               
   

Seja abençoado(a).


Valter Vandilson

sábado, 31 de março de 2012

Diga "não!" à Corrupção

Nunca se ouviu falar tanto contra a corrupção. As pessoas estão revoltadas com os agentes públicos que fazem uso do erário em benefício próprio, ou, exigem dos particulares somas em dinheiro para cumprirem suas – doas agentes públicos – obrigações de ofício.
E isto é bom! Levantar-se contra práticas reprováveis, como a da corrupção, demonstra que a sociedade está atenta e não se conforma mais com atitudes que, até pouco tempo, eram consideradas normais.
No entanto, há uma dose de hipocrisia nessa revolta contra a corrupção. As pessoas que se levantam contra essa prática, na sua grande maioria, são responsáveis pela existência dela e, o que é pior, incentivam-na a partir dos ensinamentos nos seus próprios lares.
O que se vê nos lares, por exemplo, são pais que prometem aos seus filhos que se eles – os filhos – forem estudiosos, ou forem bons meninos, receberão presentes no final do ano pela obediência ou pela aprovação na escola. Ou seja, essa prática recompensa os filhos por fazerem aquilo que seria obrigação deles. Em outros casos ocorre o inverso: os filhos pedem aos pais presentes pelo fato de terem cumprido suas obrigações. Tais práticas não passam de corrupção ativa e passiva. E o que é pior: isto ocorre com muita frequência entre as famílias ditas cristãs.
Quando filhos que são educados assim se tornam adultos e vão para o mercado de trabalho, passam a exigir propinas para cumprir aquilo que seria obrigação do ofício deles. Ou, o inverso: quando querem alcançar determinados objetivos, “acenam” com promessas de propinas para os agentes responsáveis pelo procedimento.
Ora, se a grande maioria age nos seus lares assim, com que autoridade critica os agentes corruptos? Não queremos dizer, com isto, que os pais não possam presentear seus filhos por serem bons filhos, mas, alertar para o fato de que não se deve recompensá-los por aquilo que eles têm obrigação de fazer, pois isto, como dito, não passa de corrupção em escala menor. Em outras palavras, os corruptos, em sua grande maioria, são formados dentro dos lares. 
Por tal razão, a Igreja do Dinamérica deflagrou a campanha “diga não à corrupção!”, partindo do pressuposto que não basta criticar os agentes corruptos. É necessário que as famílias desenvolvam práticas cristãs, pois estas são capazes de corrigir os maus hábitos e evitar distorções sociais como, por exemplo, a corrupção.
Por isto, diga "não" à corrupção! Não faça do seu lar uma escola de corruptos.

Seja abençoado(a).