Há momentos, nas nossas vidas, que nos
deparamos com situações decepcionantes sob o ponto de vista do relacionamento
pessoal. Às vezes ajudamos as pessoas, sofremos por elas e com elas, nos
colocamos à disposição das mesmas, e, entretanto, quando menos esperamos, elas
nos decepcionam.
Por que isto ocorre? O que leva as pessoas a
serem ingratas e acharem que estão corretas? O que as leva a serem egoístas e
acharem que podem e devem usar as pessoas?
Há muitos porquês nos relacionamentos
pessoais. E eles nos deixam aturdidos sem que encontremos respostas para os
mesmos.
Entretanto, quando se perlustra a Bíblia
Sagrada, percebe-se que na mesma existem vários relatos de ingratidão e egoísmo
com relação a Deus. Foi assim que procedeu o primeiro homem, que apesar de ter
um relacionamento com o próprio Deus, traiu a Sua confiança (Gn 3:1-6); foi
assim que procedeu a nação de Israel, que, ao pensar que Moisés não retornaria
do monte Sinai, confeccionou um bezerro de ouro para adorá-lo (Ex 32:1-7);
Davi, apesar de rei da nação, e, sendo considerado um homem segundo o coração
de Deus, o traiu, ao se deitar com uma mulher que tinha marido, e ao planejar a
morte deste (2ª Sm 11). Jesus percebeu a ingratidão das pessoas quando curou os
dez leprosos e apenas um voltou para lhe render graças (Lc 17:11-19).
As pessoas são ingratas umas para com as
outras! Mas, não é assim que age a maioria quando o assunto é gratidão a Deus?
Aí está a resposta! As pessoas são ingratas
umas para com as outras porque isto é um reflexo do relacionamento delas com
Deus. Um relacionamento pífio, mentiroso, egoísta, interesseiro e vingativo. Um
relacionamento que funciona na base do toma lá, dá cá. Um relacionamento de
barganha, que só serve para manchar o nome do Evangelho. Um relacionamento que
não traduz a existência de um Deus e um servo, mas sim, de um “chefe” de Deus.
De uma pessoa que diz: “Deus faça isto”; “Deus faça aquilo”, e quando Deus não
faz, Ele não serve.
Quando as pessoas forem piedosas, e passarem
a viver o que pregam, sem hipocrisias, a ingratidão perderá espaço para a
gratidão; o egoísmo perderá espaço para o altruísmo; e a decepção com as
pessoas passará a ser um sentimento inexistente.
Utopia? É possível que sim! Mas, uma coisa é
certa: esse é o procedimento que um cristão deve adotar, afinal de contas, quem
o ensinou – não apenas com palavras, mas sobretudo, na prática – foi o próprio
Cristo.
Seja abençoado(a).
Valter Vandilson
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